sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mais um pequeno texto...

Amigos, ainda estou aqui neste sítio acolhedor onde o que mais se sobressaem são o bucolismo e a paz campestres. Desta forma, só posso escrever uma série de textos falando da personagem principal que me rodeia diariamente. Escrevi este texto no dia 07 de junho, meu aniversário que desta vez foi um pouco singular e nada costumeiro como nos outros anos.Sinto agora uma imensa saudade de tudo e de todos da cidade grande, embora quando raramente para lá me dirijo, assaltam-me agora sentimentos de impaciência e irritação com os problemas dos quais antes não me importava, como poluição, trânsito caótico e superlotação de pessoas que abalroam as calçadas, mas vamos ao que interessa, ah! já ia me esquecendo as fotos que prometi no texto anterior ainda não foram possíveis de serem copiadas para o blog.Vamos aguardar, agora sou uma pessoa do campo...









Vendaval


Hoje, senti a força da natureza na fúria do vento.
Chegou manso, agitando levemente as folhas das árvores e num crescendo constante passou a fustigá-las num fortíssimo  ameaçador.
Diria-se que se assemelhava ao início de um tornado, tal era a violência com que castigava os pobres vegetais, que indefesos curvavam os galhos, como que escravos da sorte, num esforço visível para sobrevivência.
Os eucaliptais mais além, ou até mesmo os eucaliptos solitários ao redor do sítio, reproduziam aquele rumor de mar enrolando-se em ondas constantes e  em uníssono com as demais árvores da orquestra do vento engrossavam o ruído tornando-o ameaçador. Toda a simetria destas árvores se envolvia numa dança sincronizada como que hipnotizadas por magia a desenvolverem o mesmo balé involuntário e interminável.
Os coqueiros agitavam suas crinas sem poder se conter e suas ramas brilhantes obrigadas a acenos de adeus constantes descabelavam-se.Quando havia uma pequena trégua, exibiam suas folhas cansadas, caídas e despenteadas pelo rigor das chicotadas que recebiam.
O lago a minha frente, antes quedo, mudo agora exibia as águas agitadas por um balanço sem fim, sendo arrastadas em ondas tal a velocidade que o vento adquirira.
Não se ouvia nesse instante som de animal algum, todos se recolheram a lugar seguro.
Um único urubu solitário que antes plainava facilmente com a leve brisa, a custo conseguia fazê-lo entortando o corpo na tentativa de manter-se ereto.
Julguei ser o início de uma brusca mudança que geralmente antecede os temporais e que acabam culminando em chuva forte e contínua, entretanto não foi o que ocorreu de imediato, o vento que traria a tempestade e que causaria tanta destruição no campo e na cidade continuou seu trabalho por todo o dia, não cessando com o crepúsculo, mostrou todo o seu vigor que culminou finalmente com a forte chuva que tantos males causou. Este dia ímpar de aniversário me fez mais uma vez refletir na pequenez da condição humana perante as forças do Universo.


*Foto acima tirada dos eucliptais castigados pelo vento durante o temporal de 07-06-2011.