sábado, 2 de novembro de 2013

Boa-noite, amigos blogueiros. Mais um ano que vai culminando, mais um Finados que chega e com ele, a tristeza e o momento de relembrar aqueles que fizeram parte da nossa vida e que já não estão mais entre nós. Para muitos, porém, a data é aguardada com ansiedade como mais um esperado feriado de lazer e alegria...



AUSÊNCIA




Já dizia o maravilhoso poeta Olavo Bilac: "Saudade, presença de ausentes". Uma frase pequena, de conteúdo tão  significativo e verdadeiro. Escrever sobre esse dia é para mim, uma tarefa nostálgica, de reminiscências de todos aqueles personagens que tiveram passagem pela minha vida deixando lembranças que jamais serão esquecidas.
No último Finados, lembrei-me de tantas pessoas, entretanto, assim como hoje, acabo escrevendo apenas sobre uma delas,que com a sua pureza e inocência foi o meu maior herói, você, meu querido pai.
Não consigo entender como os longos catorze anos que passamos distantes não conseguiram destruir o amor que existiu e ainda existe entre nós. Engraçado, lembro-me de ti na minha infância tão marcante, sempre presente em todos os momentos vividos, me levando às lágrimas ao contar estórias comoventes que ficaram para sempre registradas em minha memória...
Personalidade ligeiramente triste e ao mesmo tempo divertida, conseguia me levar rapidamente do choro ao riso irreverente.
O mais engraçado ainda, é que sempre me despertava pena, ver sua humildade perante os altivos,apesar de todo o seu valor.   
Lembro-me também da sua coragem ao carregar a sua pesada cruz nos últimos anos, sempre sorrindo, rezando por outras pessoas quando mais precisavas de oração. 
Revolto-me, às vezes, mesmo que em vão, contra a forma cruel e injusta de como as coisas foram acontecendo em sua vida, oferecendo espinhos a quem sempre ofertava somente rosas e do modo algo abrupto de como foste arrancado do seio da nossa pobre, mas unida família levando um pedaço de todos nós.Não tiveste dinheiro ou bens que pudesse nos ofertar, deixaste algo muito mais valioso do que tesouros terrenos; o seu exemplo e caráter que não vemos mais valorizados nos dias de hoje...
Um velho, atualmente, é como um par de sapatos usados, um estorvo dos quais todos querem livrar-se sem demora.
Qual foi a mágica que realizaste, meu pai, por formar filhos que não só reconheceram o exemplo dado, mas conseguiram te dar o devido valor quando ao nosso redor tudo desmoronava: filhos, família, sociedade? Que excelente didática foi essa cuja forma só existe agora em palavras ao vento?
Amanhã, como das outras vezes, farei minha visita onde seu corpo repousa em paz. Como sempre, levarei suas flores de um branco ou amarelo singelo na esperança de que possa recebê-las e entender que são flores de agradecimento por ter um dia me dado a honra de fazer parte da minha vida, por todo o sacrifício que por mim fizeste e por todo o amor que me dedicaste sem exigência alguma. Saibas que em meu coração existe um lugar cativo reservado só para ti, eternamente...