segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Não. Não me esqueci do compromisso que tenho com os leitores e seguidores deste blog, uma das coisas mais importantes e que gosto realmente de fazer. Escrever faz parte do meu cotidiano e me causa prazer. Inda mais agora, que já visualizo o cheiro natalino e a chegada de um novo ano...


UMA MENSAGEM DE NATAL



 A chegada do Natal sempre me pega desprevenida, desta vez não foi diferente. O corre-corre do dia a dia, o afã em preparar aulas, fazer cursos, cuidar dos afazeres do lar não deixa tempo para se pensar em mais nada. 
Mas, aconteceu quando cruzava a ponte sobre o rio, ao lado de um shopping, vi um imenso Papai-Noel em sua indumentária característica brilhando de limpa. Era o mesmo do ano anterior, sua enorme cabeça bisbilhotando tudo de cima e ao seu redor.
Foi aí que me dei conta de muita coisa: O Natal já chegou, é preciso correr contra o tempo para conseguir arrumar a árvore natalina que esse ano está nova e de tamanho menor, vou pensando pelo caminho da escola onde trabalho que ela vai ser toda branca e vou decorá-la de azul, as luzinhas coloridas serão as mesmas de todos os anos... E comprar os presentes, então? Darei conta de comprá-los a todos com o pouco tempo que tenho para este fim? Certamente sim, todos os anos é a mesma coisa de sempre, mas a preocupação é constante. No caminho de volta, mais uma surpresa, uma imensa árvore de Natal tendo por base uma grande caixa de presente, exibe suas cores em verde e vermelho, culminando com um grande laço escarlate e dourado.
Os votos serão os mesmos, desejos infinitos de sorte, saúde, realização de sonhos, união, prosperidade.
Infelizmente, os desejos cumprem-se em parte, não temos o tempo necessário para a convivência com aqueles  que amamos e que, com sacrifício conseguimos reunir em uma mesa na noite de Natal ou durante a comemoração do Ano Novo.
Quantos natais já passei desde a  minha infância... Foram tantos, que não consigo lembrar-me de todos eles, como aquele em que fui até um asilo espírita que abrigava idosos e durante a festa em um grande salão decorado à caráter,  me pediram para cantar uma música de Natal. Escolhi Natal das Crianças. No meio da canção, na minha ética infantil, fiquei envergonhada em cantar a frase: "Tocam sinos na Matriz", pois não me encontrava em uma igreja católica! Como  é pura a inocência infantil!
Hoje, o Natal não tem mais aquele sabor mágico de outrora, a consciência social nos põe tristes ao percebermos o desalento daqueles que não podem sequer fazer uma pobre refeição natalina! Quantos brinquedos sonhados por milhares de criancinhas cujo desejo não é realizado! Causa-me muita pena e um certo complexo de culpa ao poder oferecer presentes simples, mas poder fazê-lo!
Tantos ausentes e amigos queridos que já não estão mais a meu lado é também a causa da mácula de tristeza que sinto e que paira como uma nuvem na festa de Natal daqueles que já não são mais tão jovens...Hoje sei que Papai-Noel não virá jamais... Desintegrou-se no tempo e esvaiu-se qual fumaça pelo infinito azul, onde estrelas salpicam de brilho e iluminam o Natal tão esperado.
Amigos de hoje, a convivência diária, talvez já não seja possível no próximo ano.
Comparo os anos a um grande transatlântico que em dezembro termina sua viagem, dispersando os tripulantes, preparando-se novamente para outra grande partida onde os cenários se modificam e os passageiros são outros, completamente diferentes daqueles que deixamos no porto e os quais muitas vezes, não encontraremos mais...
Amemos muito neste Natal, aproveitemos os momentos de convivência e comemoremos em Happy hours,  jantares e almoços comemorativos do trabalho e, especialmente, para aqueles que nos são caros e que terão o privilégio de ter uma família e um teto onde possam reunir-se e confraternizar em paz. Feliz Natal!