quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Caro leitor, volto a este espaço do qual fiquei distante durante as férias e, apesar da homenagem prestada ao dia dos pais no texto anterior, postado a menos de uma semana, venho através deste, protestar contra a falta de elegância do povo brasileiro durante uma festa máxima, como os tradicionais Jogos Olímpicos.



Olímpiadas, à mostra, a grosseria do brasileiro










Nasci neste país maravilhoso de belezas naturais, de extensão magnífica, características que causam inveja a qualquer povo, porém, em questão de material humano, infelizmente, sinto-me uma estranha no ninho, assim como muitos outros compatriotas,  que não têm a oportunidade de  expor suas opiniões, como o faço neste blog.
Tremendamente desrespeitosa a  atitude dos brasileiros em eventos públicos, o que gera um desconforto sem igual, pela inconveniência e falta de educação, para falar claramente.
A vaia sempre foi uma atitude ridícula e covarde de alguém sem capacidade que se junta a uma maioria para conseguir objetivos os quais não tem a capacidade de alcançar. Vimos este exemplo deplorável de mau gosto e falta de finesse no comportamento de pessoas de classe média alta, uma vez que pessoas menos favorecidas economicamente não conseguem obter ingressos para eventos do porte de uma Olimpíada, dado ao alto preço que lhe são imputados.
A vaia é  sinônimo de agressão física, pois a dor que causa talvez seja a pior, uma vez que suas cicatrizes psicológicas deixam sequelas permanentes àqueles que sofrem com esse ato.
Talvez muitos discordem, entretanto, essa atitude nasce na mais tenra idade escolar, onde pequenos monstrinhos são criados e vão se desenvolvendo ao longo de sua jornada acadêmica. Primeiramente, há a conivência de pedagorréias de amor, que nada mais são que ausência de educação, ineficiência em estabelecer limites, desconhecimento total das regras de convivência social, onde toda a agressão é justificada com desculpas esfarrapadas como a desigualdade social e econômica, problemas familiares e o preconceito,  quando deveriam afirmar que a crise existencial presente em atitudes agressivas e desumanas vem de uma formação ineficiente, que não valoriza o material humano de qualidade,  preocupando-se apenas em apoiar o inútil, a preguiça, a irreverência louvando-as com promoções e prêmios desmerecidos, mostrando que a impunidade se inicia dentro das próprias casas de ensino, que reforçam  comportamentos ridículos e descorteses, para não dizer desumanos. Se alguém furta, é porque é pobre, se não respeita o professor em sala de aula é pelo motivo de uma aula pouco motivadora, se agride é porque foi agredido, se fala o tempo todo e não sabe ouvir, é pela razão de precisar ser notado... Tudo isso apoiado pelas ciências sociais e  legalmente, não possibilitando qualquer tipo de punição a pouca vergonha. E nem precisamos ser educadores para saber que o ser humano é inteligente e faz transferência de aprendizagens, assim...
  Dessa forma, vamos oferecendo à sociedade, esses seres deformados e incapazes de zelar pelo bem comum e de viver sadiamente em grupo. São  indivíduos que matam o trabalhador e ao estudioso, livremente, pois a reincidência do crime nos mostra que, na maioria das vezes, os infratores são ex-presidiários ou elementos que já tiveram passagem pela polícia e que estão impunes,  em liberdade.
Voltando à questão da vaia, acredito que qualquer ser que tenha um mínimo de educação de base, não pode ser capaz de concordar com essa atitude infantil e desconfortante: ao realizar esse ato contra um presidente do próprio país, estamos estampando a desobediência à autoridade, ensinando a nossos filhos que também podemos ser desrespeitados, além de cuspirmos no próprio prato em que comemos... Discordar, manifestar contrariedade em situações apropriadas é algo admissível, que deve ser feito com seriedade, porém nessas ocasiões... É como se déssemos uma festa e começássemos a aviltar o dono da casa que a promoveu. É muito bonito louvar-se o anarquismo na teoria, é preciso que o caos que ele gera aconteça, para que se possa visualizar e sentir na própria pele os males que causa.
O que dizer então diante de eventos como uma Olimpíada, quando o atleta carece de concentração, silêncio para tentar mostrar a realização de exercícios e práticas cujo treinamento leva anos seguidos para que se torne possível.
As vaias ao atleta francês ilustraram uma falta de caráter sem igual, gerou sua indignação que o levou a comparar os brasileiros aos nazistas em um evento do mesmo tipo ocorrido na Alemanha daquele período.
E qual não foi a surpresa quando verificou-se que o prejudicado teve que pedir desculpas em entrevista pública ao Comitê Olímpico que denominou a comparação como infeliz e exagerada? Que tremenda inversão de valores é esta? Estamos ou não em uma democracia? Acredito que não, pois um regime que controla até as palavras que saem da boca do cidadão, não pode assim ser considerado. Onde está a tão famigerada liberdade de expressão? E olhe que não estamos no tempo do “Brasil, ame-o ou deixe-o”....
Certamente, os mais corajosos, deixam esse país, e se expatriam, arriscando a sorte e sendo infelizes o resto de suas vidas pela distância da terra natal, enquanto que os menos bravos convivem com esse mal, carregando sua insatisfação de subviver entre a deselegância , a violência e a falta de caráter.
Que lástima!

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Será um imenso prazer poder compartilhar a sua gentil opinião sobre o assunto tratado. É através da discussão saudável que a real democracia e liberdade de pensamento podem ser concretizadas.