domingo, 14 de agosto de 2016

Em meio a tanta euforia, entusiasmo pelos jogos olímpicos estampados por todo canto na mídia, um dia como esse, tão importante, ofusca-se perante os eventos e deixa de ser valorizado como deveria...

Impossível esquecer




Inúmeros poetas homenagearam seus progenitores em suas obras. Muitas comparações foram feitas ao amor de pai, porém, certamente, nunca serão precisas em descrever com fidelidade o que isso significa. Muitos ainda desconhecem realmente o papel daquele que gera um filho e entendem que o simples fato de procriar já seja o suficiente. 
Gerar um ser humano é muito fácil, entretanto, formá-lo para a vida, dar-lhe o sustento necessário, o amor, e toda a orientação de que necessita não é missão corriqueira e, antes de tudo, implica dedicação, renúncia, esforço e abnegação. E quando me refiro a sustento, não quero significar apenas o alimento do corpo, mas, sobretudo, o pão da alma...
Saber ser pai, talvez seja uma tarefa tão sublime, que equivalha à maternidade, altamente significante no futuro dos filhos; por essa razão, torna-se extremamente incompreensível, a separação de casais que precocemente afasta de maneira abrupta, os pais  do convívio diário de seus filhos, causando danos irreversíveis a seu desenvolvimento.
Tive um exemplo de pai maravilhoso em minha trajetória de vida; sinônimo de altruísmo, dedicação e excelência de formação, rara de se presenciar nos dias atuais: educando sem aspereza ou repreensão, instruindo sem obrigar, formando sem humilhação ou prepotência.
Sim, hoje posso avaliar o que perdi, quando meu pai se foi: ele era tudo para mim, um espelho límpido que refletia a simplicidade da vida, a humildade e retidão de caráter, a busca do conhecimento e transmissão da pureza e da sinceridade. Uma pena que todas as pessoas valiosas como ele o foi, não sejam valorizadas ou homenageadas como se deva, verificamos tristemente que os modelos considerados e constantemente elevados à categoria de estrela, realmente não merecem, nem mesmo, a denominação de planeta; pela luz que não transmitem, pelo exemplo educador que não possuem, pelos valores que não têm...
E num dia como este de hoje, mesmo após tanto tempo de ausência e apesar de tanto chamamento  dos programas de televisão, sinto que sua presença é mais forte do que aquele fogo vivo a que o maravilhoso Mário Quintana se referiu em seus  versos ao homenagear seu próprio pai:
“E é ainda a vida que transfigura de tuas mãos nodosas... Essa chama de vida que transcende a própria vida... E que os anjos, um dia, chamarão de alma...”
Meu pai querido, quantas saudades!



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