domingo, 24 de setembro de 2017

E o dia da árvore que precedeu a chegada da primavera arrastou-se com luto  e pesar, apesar da beleza das flores...






Resultado de imagem para imagens de ipês, acácias e azaleias




Não há como exprimir com precisão os sentimentos que tomam conta da nossa alma perante esse quadro maravilhoso que toma o lugar do cinza da cidade grande...
Foram apenas dois dias ausente do trabalho e essa lacuna foi o suficiente para a aparição exuberante da beleza vegetal, fosse  na cor rosa delicada estampada nas perfumadas flores dos ipês, ou no amarelo vibrante da cascata de acácias que espalham seu tapete colorido pela ruas e calçadas da cidade, os tons multicores das buganvílias que dão nome à estação em que estamos, ou ainda, as maravilhosas azaleias que colorem com classe os ambientes  que adornam...
À espécie humana não há motivos para congratulação , não podemos mais como outrora, comemorar um dia da árvore ou chegada da primavera com a consciência do dever cumprido, num momento em que nos deparamos com toda a sorte de agressão ao meio ambiente gratuitamente oferecida à natureza.
Na mais tenra idade, já podemos visualizar crianças que destroem vegetais que brotam dificilmente sem a proteção e o cuidado necessário que merecem. Adultos que não preservam nem ensinam a preservar, perdidos que estão atrás da coisa mais importante de suas vidas: o dinheiro. Adolescentes que destroem pelo simples prazer de destruir.
Os bons valores não mais se desenvolvem, vemos biomas inteiros morrerem aos poucos nas mãos inescrupulosas que através da serra ou do machado, cumprem sua missão de carrascas impiedosas impelidas pela ganância e lucro insanos. 20% da floresta Amazônica foram devastados, árvores majestosas, imponentes, centenárias, medicinais, frutíferas, cosméticas... Não são valorizadas as suas funções, os objetivos são sórdidos, não se analisam as consequências do estrago, ou a qualidade do  que é tombado.
A indignação toma conta do ser ao constatar que essa degradação contínua  não tem como acabar, toma conta,  quando se verifica a imensa quantidade de medicamentos que poderiam ter sido criados e não foi possível, gerando milhares de mortes; madeira de lei que não existe mais nos lares do nosso país, migrar ilegalmente para outras nações com a maior facilidade. 
Quando o ser humano deformou seu caráter a esse ponto, quando ocorreu esse acesso de mau-caratismo,  transformação de personalidade frouxa, defeituosa e descarada que não preserva nem mesmo a  própria vida? Quanta aniquilação e ruína a sua ação tem causado às espécies vegetais e animais cujas consequências  já o estão atingindo?
Não me é possível o entendimento dessas ações transgressoras seja pelo motivo que for. Já dizia Rosseau: " A natureza nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos". E como nos enganamos! Quando  essa ação nociva de antipreservação   se tornar consciente, será muito tarde, e o pior é que todos sofreremos, tanto culpados quanto  inocentes ; éticos e antiéticos, egoístas e altruístas, panteístas e inescrupulosos; todos estarão à mercê da vingança da natureza que já começa a delinear suas regras e plano de revanche de cuja ação não poderemos escapar jamais...
Ainda resta um tempo, mas ele não será aproveitado, infelizmente.




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