terça-feira, 27 de junho de 2017

Estou perdendo a vontade de escrever neste espaço.  Antes, postava semanalmente e, às vezes, diariamente... Hoje, mensalmente e até bimestralmente, se os leitores deste blog observarem...Tudo isso porque é chato demais não poder se expressar livremente, sem ferir a ideologia construída diariamente e que o cidadão comum assimilou...Se não lhe agrada uma opinião diversa, fica até perigoso contradizê-lo; assim, fui escasseando os textos cuja voz foi  morrendo aos poucos na garganta...




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Por quê?

A notícia que invadiu os telejornais no dia de hoje, foi a respeito do motorista que atropelou e machucou vários skatistas no centro de São Paulo.
A primeira pergunta que vem à mente daquele que raciocina de forma amadurecida e coerente é: por que razão as ruas, cuja finalidade sempre foi a de trânsito de veículos e pessoas com objetivos diversos de: locomover-se para o trabalho, passeio, estudo, etc. têm se transformado em palco para inúmeras e cansativas manifestações que não têm mais fim. Por que razão passou-se a fornecer permissão para que turbas de variadas ideologias, agridam a saúde e bem-estar público, perturbem o trânsito já difícil do dia a dia  e o transforme no caos,  no verdadeiro inferno em vida. Esse fato tem perturbado psicologicamente o cidadão que trabalha, que pensa em sustentar sua família e lhe dar uma vida digna, bem como moradores nestas ruas e avenidas que precisam ter um saco de  paciência inesgotável para não enlouquecerem. Por vezes, durante estes tumultos que apenas geram confusão e até a morte, colocam em risco a vida de crianças e idosos, perdemos horas e horas de desespero dentro de um veículo que parece não chegar nunca a um lugar a salvo.
Atualmente, se as pessoas querem cultuar uma crença, têm que vir às ruas. Da mesma forma, se um time de futebol vence um campeonato, é lá que todos vão se digladiar e até se matar. Se há desejo de manifestar diferenças quanto à sexualidade, alegrias carnavalescas, ideologia política, insatisfação por baixos salários, condições econômicas e mil outras situações é a via pública o palco de atuação, de depredação e agressão à sociedade comercial.
É óbvio, pelo que já se conhece da opinião pública, que o que falo fere totalmente a liberdade de expressão, a vontade de contradizer, o direito de ir e vir e fazer o que se quer. Afinal, muitos dirão: "estamos em uma democracia, queremos liberdade".
Porém isto não é liberdade e sim, libertinagem. Felicidade de poucos e insatisfação de uma grande maioria.
Já pararam para pensar que um evento como o de hoje e que gerou o acidente dos skatistas, não havia necessidade alguma de acontecer? Verificaram a primeira versão divulgada pela mídia, omitindo o fato de que o pobre motorista, o qual não transgrediu lei alguma, uma vez que os violadores do horário estipulado foram aqueles que pretendiam se passar de vítimas? Alguém divulgou em primeira mão o fato da agressão ao carro do motorista, que gerou o pânico e fez com que ele tentasse fugir desenfreadamente temendo um provável linchamento, o que  certamente ocorreria se ele tivesse permanecido no local?
Skatistas, grupos teleguiados por sindicalistas e/ou políticos, religiosos,  manifestantes de uma maneira geral, estão deixando de estudar, trabalhar durante horas preciosas que poderiam usar de maneira muito mais aproveitável para o bem comum do que gerar confusão, lixo e agressão ao meio ambiente...
"Ruas, ganhem as ruas!" É o grito de comando... Ninguém é capaz de raciocinar nestes dias horríveis em que estamos vivendo,  que os gritos, palavras e agressões que ocorrem nas ruas voam ao vento e, na verdade, afastam o manifestante dos lugares específicos onde deveria estar expondo pareceres importantes, cobrando atitudes e posturas? 
Por que uma cidade imensa como São Paulo, privilegiada com parques de grande dimensão não utiliza esses espaços para estes fins? Há que acontecerem nas avenidas principais de uma metrópole, para travar todo o trânsito e gerar problemas onde até a polícia tem que deixar seus principais afazeres para dar apoio? Tenha santa paciência! Isso só cabe na cabeça daqueles que gostam de vandalismo, desorganização, baderna mesmo...
Muitos destes esportistas, frequentam escola de forma precária, mais faltam do  que estudam , vivem nas ruas o tempo integral em plena pré-adolescência, aprendendo muito cedo aquilo que não lhes era necessário... Do mesmo modo, há transgressões quanto à poluição sonora, da terra e do ar quando bombas de gás lacrimogênio, de efeito moral e outros, têm que ser arremessadas para conter os que perdem a razão, o controle sobre seus atos.
Não é assim que mudaremos esse país, enganam-se aqueles que pensam que com desordem conseguiremos maiores salários, respeito de governantes, apoio às necessidades de todos, mas sim com se-ri-e-da-de, trabalho de qualidade, esforço conjunto, cooperação e sobretudo: respeito ao próximo, para termos moral para cobrar alguma coisa através de diálogos coerentes, onde fique transparente o poder, a força do nosso trabalho e não contradizendo a tudo que não nos agrada, arbitrariamente! É preciso pensar no bem-comum, mesmo que não nos satisfaça, isso sim, é a verdadeira democracia!
Que o fato que aconteceu no dia de hoje possa servir de exemplo no futuro: manifeste-se a euforia esportista e outras, em parques públicos; expressões de crença e fé nos templos religiosos, os de contrariedade política em reuniões agendadas em câmaras de vereadores e deputados e deixemos as ruas para a finalidade única para a qual foi criada, e teremos a paz tão sonhada e cultuada!